Presidente se reúne na Casa Branca com assessores e concorda com estratégias de ataque oferecidas pelo Pentágono, mas prefere dar última chance a negociações
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniu com o Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca pelo segundo dia seguido na tarde desta quarta-feira, 18, para discutir uma entrada americana no conflito entre Israel e Irã. Na reunião, Trump recebeu os planos de ataque do Pentágono para desmantelar o programa nuclear iraniano.
Segundo o Wall Street Journal e a rede de TV americana ABC, Trump concordou com a estratégia militar que lhe foi apresentada, mas ainda não decidiu acioná-la. O republicano, dizem esses veículos de imprensa, quer esperar uma última saída diplomática para a crise, que inclui a desistência do Irã de seu programa nuclear.
Mais cedo, autoridades iranianas sinalizaram que poderiam voltar à mesa de negociações. Um representante da chancelaria disse ao New York Times que o ministro das Relações Exteriores Abbas Araghchi aceitaria tal reunião para discutir um cessar-fogo com Israel e o programa nuclear do Irã.
Cautela trumpista
Trump hesita em tomar uma decisão em virtude de uma série de fatores.
Segundo informações de agências de inteligência americana, ativos militares americanos no Oriente Médio seriam muito vulneráveis a uma retaliação iraniana. Nesta madrugada, o regime colocou mísseis e outras armas em prontidão para atacar essas bases.
Além disso, Trump enfrenta cisões dentro de sua própria base de apoio, que tem visto um crescimento da oposição ao envolvimento dos EUA em uma nova guerra.
Segundo a ABC, Trump destacou o vice-presidente JD Vance para medir qual a reação da base republicana a um ataque americano contra o Irã.
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Desafios militares
Além disso, contam a favor de uma decisão pelo ataque dois fatores militares. O primeiro deles é que os israelenses descobriram que não destruíram todas as defesas aéreas do Irã, como pensavam anteriormente. Além disso, as próprias defesas aéreas de Israel estão rareando.
Apesar disso, ao longo do dia, o presidente deu sinais evasivos sobre o que fará. Trump chegou a dizer pela manhã que não tinha tomado uma decisão sobre o ataque, um dia depois de ter exigido " a rendição incondicional" do Irã e ameaçado o líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.
“Tenho ideias sobre o que fazer, mas ainda não tomei uma decisão final — gosto de tomar a decisão final um segundo antes do prazo, porque as coisas mudam”, disse ele no Salão Oval.
Caso opte por um ataque, a extinção completa do programa nuclear iraniano é uma incógnita e vem carregada de riscos. Os EUA teriam de usar bombardeiros estratégicos da Força Aérea, capazes de lançar bombas guiadas com precisão, projetadas para destruir alvos subterrâneos. O ataque, no entanto, poderia provocar vazamentos radioativos fatais para civis iranianos.
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